terça-feira, 17 de novembro de 2009

CARNAVAL PERNAMBUCANO,ah esse ferve, seja em Recife ou nas ladeiras incansáveis de Olinda...que já começou a esquentar

PERNAMBUCARNAVAL 2010
A tarde do Sábado de Zé Pereira em Olinda foi a opção para quem não teve disposição suficiente para encarar o maior bloco carnavalesco do mundo, o Galo da Madrugada. E foram muitos os foliões que povoaram a ladeira da Sé, os Quatro cantos e a frente da Prefeitura, entre os pontos já consagrados. Fantasias criativas; pistolinhas de água usadas para "chegar" no pretendente ou na pretendente; irreverência; e aquele famoso "clima de paquera" deram a tônica do primeiro dia de folia em Olinda.Não era preciso andar mais do que dez metros para dar de cara com um grupo de jovens (maioria nas ladeiras da cidade) gritando beija! beija! beija! beija! Sem escapatória, restava ao casal atender ao pedido do povo. E no meio dessa azaração um grupo de freiras fugidas de Maceió (AL) esqueciam que estavam de hábito e caíam no frevo.

O encontro de bonecos gigantes tomou conta das ladeiras do Sítio Histórico de Olinda, no fim da manhã desta terça-feira (24). Os olhares foram voltados para o alto, principalmente para o boneco do fundador do Galo da Madrugada, Enéas Freire, novidade deste ano.Muita gente parou para tirar foto com o boneco. O criador da figura, o artista plástico Sílvio Botelho, se disse orgulhoso do feito. “Começamos em setembro e agora está aí o produto finalizado”.Quem carrega o boneco diz que o peso parece aumentar no percurso. “Ele tem entre oito e dez quilos, mas depois de meia hora desfilando parece que pesa uns 40 quilos”, diz o carregador de boneco Pedro José de Souza.Nada que o impeça de, todos os anos, levar umas dessas figuras que garantem mais brilho ao Carnaval de Olinda.




Durante muito tempo o município de Bezerros se apoderou de registros inacabados acerca da história do papangu. Eram evidências, lembranças de carnavalescos e relatos sem precisão e respaldo histórico, fator que ocasionou o cultivo de uma cultura fragmentada e de uma versão inconclusa.Encontra-se nos registros da cidade uma nova versão do papangu evidenciada pela cultura oral, a de que escravos em nosso município (ainda temos hoje, remanescentes de quilombos) percebendo que no entrudo (carnaval), mascarados tinham livre acesso a Casa Grande, atreviam-se adentrar nos lares dos seus senhores sem serem reconhecidos e almejando por eles serem servidos, pois se descobertos seriam julgados talvez sem complacências. Foi então que surgiu o personagem mascarado, cheio de panos, roupas sobrepostas e máscaras que penetravam sobre suas cabeças sem deixar aparecer nenhum sinal da cor, sem a possibilidade de identificar olhos ou lábios, característicos da raça. Meias nas mãos e nos pés e até saltos que lhes camuflassem a altura foram também artifícios utilizados. Eles usufruíam servidos com carnes e de fartas bebidas, chamando atenção de todos pelo apetite desmedido dos papa-angus. Hoje o nosso "papangu" é referencial da cultura de Bezerros-PE. Portanto, tornou-se um ser sem identidade, sem sexo, sem cor, sem estado civil, livre, o que faz dele um personagem inusitado.No final do século XIX e início do século XX surgem os primeiros papangus, mas se torna marco no ano de 1905, com a criação das primeiras máscaras. As máscaras eram rudimentares, feitas com papel de embrulhar charque e papelão.O açafrão e as folhas de fava eram utilizadas para dar pigmentação e o carvão para controlar as feições dos mascarados.Passado o tempo surgem máscaras feitas de coité, coloridas com um pó preto e alvaiade (tinta branca utilizada em sapatos).O papangu tradicional pode ser reconhecido pelas suas famosas caftas (tecido costurado nas laterais e com pequenos orifícios nos olhos, boca e nariz).Os artesãos e carnavalescos foram aperfeiçoando as máscaras e vestimentas, ficando a confecção do figurino característico do papangu por conta da criatividade e irreverência do folião.A fundação primordial da cultura bezerrense é fazer com o que o Carnaval da Folia do Papangu possa enaltecer o município através do diferencial papangu - preservando e resgatando as tradições da nossa terra.

Um comentário:

  1. As tardes dos domingos ja não seram as mesmas a partir de agora, as ladeiras já estão pegando fogo, então, pode se preparar para o próximo. Se divirta, mas com cuidado. bjs

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